O papel do psicólogo no CRAS e no CREAS

O papel do psicólogo no CRAS e no CREAS

Tempo de leitura: 5 minutos

Dentre as muitas as atividades desenvolvidas por psicólogos, a atuação no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) se destaca. Seu papel, nessa política pública, é empoderar os indivíduos envolvidos, de alguma forma, em situações de vulnerabilidade social.

O objetivo é dar aos usuários suporte para superar essas fragilidades por meio de doações sociais e em ações desenvolvidas em equipamentos socioassistenciais como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

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CRAS e CREAS: Quais suas especificidades e diferenças?

Chamamos esses centros de equipamentos socioassistenciais, cada um deles possui diferentes demandas de trabalho.

São realizadas ações mais voltadas para prevenção, através do monitoramento das famílias, através de atividades que promovam a integração dos sujeitos envolvidos, aumentando o acesso a direitos básicos de cidadania. São exemplos de ações do CRAS:

Já o CREAS atua oferecendo apoio e orientação de forma especializada, pois os riscos estão comprovados, como violência doméstica, negligência e abuso sexual, por exemplo. Ações desempenhadas por profissionais neste equipamento:

  • Direcionamento legal de vítimas de violência;
  • Acompanhamentos familiares;
  • Ações para diminuir o desrespeito a direitos humanos.

Veja também as cartilhas produzidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome (MDS) sobre o CRAS e o CREAS . 

Mas diante deste cenário, onde o psicólogo se insere?

e-book vigilância socioassistencial

 

Trabalho do Psicólogo no CRAS e no CREAS

Orientações sobre a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) publicadas pelo Conselho Federal de Psicologia na cartilha intitulada “Referências técnicas para a atuação do psicólogo (a) no CRAS/SUAS”. Dentro desse conteúdo, pode ser encontrado a contribuição desse profissional para a efetivação desta política, através de um guia com diretrizes norteadoras do trabalho na esfera social. Como citado abaixo:

Na última década, diferentes experiências possibilitaram a divulgação de um conjunto de práticas direcionadas aos problemas sociais brasileiros, práticas que apontavam alternativas para o fortalecimento de populações em situação de vulnerabilidade social, assim como para o fortalecimento dos recursos subjetivos para o enfrentamento das situações de vulnerabilidade. Como resultado dessas experiências houve uma ampliação da concepção social e governamental acerca das contribuições da Psicologia para as políticas públicas, além da geração de novas referências para o exercício da profissão de Psicologia no interior da sociedade (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2007, p.06).

Importantes princípios

  1. Atuar em consonância com as diretrizes e objetivos da PNAS (Política Nacional de Assistência Social) e da Proteção Social Básica (PSB), cooperando para a efetivação das políticas públicas de desenvolvimento social e para a construção de sujeitos cidadãos;
  2. Trabalhar de modo integrado à perspectiva interdisciplinar, em especial nas interfaces entre a Psicologia e o Serviço Social, buscando a interação de saberes e a complementação de ações, com vistas à maior resolutividade dos serviços oferecidos;
  3. Intervir de forma integrada com o contexto local, com a realidade municipal e territorial, fundamentada em seus aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais;
  4. Agir baseado na leitura e inserção no tecido comunitário, para melhor compreendê-lo, e intervir junto aos seus moradores;
  5. Identificar e potencializar os recursos psicossociais, tanto individuais como coletivos, realizando intervenções nos âmbitos individual, familiar, grupal e comunitário;
  6. Atuar a partir do diálogo entre o saber popular e o saber científico da Psicologia, valorizando as expectativas, experiências e conhecimentos na proposição de ações;
  7. Favorecer processos e espaços de participação social, mobilização social e organização comunitária, contribuindo para o exercício da cidadania ativa, autonomia e controle social, evitando a cronificação da situação de vulnerabilidade;
  8. Manter-se em permanente processo de formação profissional, buscando a construção de práticas contextualizadas e coletivas;
  9. Priorizar atendimento em casos e situações de maior vulnerabilidade e risco psicossocial;
  10. Atuar para além dos settings convencionais, em espaços adequados e viáveis ao desenvolvimento das ações, nas instalações do CRAS, da rede socioassistencial e da comunidade em geral.

Mas de que forma esse trabalho pode ser desenvolvido?

O Psicólogo no CRAS

O trabalho do profissional da Psicologia dentro do CRAS transita em:

  • Acolher famílias, participar de visitar domiciliares com o objetivo de colaborar com o monitoramento destas;
  • Desenvolver e coordenar oficinas de diferentes (artesanato, capoeira e etc);
  • Realizar atendimentos individuais de caráter emergencial, com o objetivo de direcionar o indivíduo à algum tipo de ação social;
  • Coordenar e direcionar à equipe para o cumprimento das premissas da assistência social;
  • Estimular a escuta e a comunicação entre a equipe;
  • Desenvolver projetos e, juntamente com a equipe da rede socioassistencial, buscar medidas que estimulem a autonomia e a consciência cidadã da comunidade.

SITE GESUAS

O Psicólogo no CREAS

Como destacado anteriormente, as demandas do CREAS são mais emergenciais e são desenvolvidas na tentativa de se evitar a recorrência de, seja ela qual for, negligência, violência e etc.

Portanto, o psicólogo no CREAS pode e deve:

  • Ouvir;
  • Acompanhar;
  • Orientar indivíduos e famílias em situações já comprovadas de risco, como descritas e exemplificadas anteriormente;
  • Promover grupos de apoio entre, por exemplo, mulheres que sofreram algum tipo de violência, com o objetivo de acolher essas pessoas, de modo que elas consigam retomar seus hábitos e colaborar com outras pessoas que, por ventura, possam passar por situações parecidas.

Principais desafios

Diante do que foi descrito, quais seriam, assim, os principais desafios encontrados hoje pelos psicólogos na Assistência Social? Como foi a sua experiência, atuando nos equipamentos citados? Conte para a gente nos comentários abaixo!

Veja também

Referências

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