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Não basta conhecer as legislações e as normativas do SUAS para ser um bom gestor da Assistência Social de um município, isso é condição mínima. É preciso também conhecer as potencialidades e as limitações da sua equipe e, além disso, estar mais próximo dela para saber quais são as suas dores.
Acredito que você esteja pensando: não tenho tempo para isso, são muitas reuniões, muitas burocracias, isso não é o mais importante. Acredite, posso afirmar para você, se continuar pensando assim, a sua gestão não será tão efetiva quanto poderia ser.
Lembre-se, o principal ativo do SUAS são os seus trabalhadores, as pessoas que se dedicam dia e noite para o funcionamento do sistema. São as pessoas que cuidam de outras pessoas, que buscam atender os mínimos sociais, trabalhando com o mínimo de recursos.
Percebam, não estou falando que as omissões ou as ações rasas devem ser justificadas pela falta de recursos, sejam eles humanos ou materiais. O que estou querendo mostrar é que só conseguiremos ser mais efetivos quando entendermos que estar na gestão ou estar atuando na ponta têm a mesma importância. Porque o objetivo final de ambos é ajudar famílias e indivíduos a superarem as situações de violência e de vulnerabilidade para que consigam ser mais livres.
Então, qual a relação disso com o seu “estilo” de gestão? Eu te digo!
Você já deve ter ouvido um ditado popular que diz mais ou menos assim: “Conheça os liderados e saberá quem é o seu líder”. Esse ditado traduz de forma simples e objetiva o que quero compartilhar com você, ou seja, a sua equipe é o reflexo da sua postura enquanto líder. Por isso, o convido a continuar comigo para entender quais são os perfis de liderança.
São vários os estilos de liderança e não pretendo esgotar esse assunto aqui, o meu objetivo é levá-lo apenas a uma pequena reflexão. No entanto, quanto aos estilos de liderança, podemos sintetizá-los nos perfis a seguir.
O primeiro, é o autoritário, é aquele que não escuta ninguém e que a decisão final é sempre a dele. Ele nunca leva em conta a opinião dos profissionais que estão na ponta e que conhecem, de fato, a realidade das famílias.
O segundo, é o paternalista, é aquele que é amigo e que consegue criar vínculo de afetividade com a sua equipe, entendendo que, assim, se sentirão mais motivados. Para esse líder, quando a equipe se sente valorizada consegue realizar o seu trabalho com mais paixão e tem maiores chances de proporcionar resultados mais efetivos para as famílias que são atendidas/acompanhadas por ela.
O terceiro, é o líder democrático, que consegue ouvir a opinião dos seus liderados, sendo sempre flexível e empático. Isto é, esse líder vai construir junto com a equipe ações e estratégias objetivando sempre a qualidade e a efetividade dos serviços prestados aos usuários.
Qual destes perfis você acredita ser o seu? Para descobrir você pode começar se perguntando: Como eu tenho conduzido as reuniões com as equipes e com a rede de serviços? E com o Prefeito? Será que tenho conseguido mostrar a importância da Política de Assistência Social e das ações? Todas estas são questões importantes para você entender seu “estilo” de gestão.
Logo, é preciso enfatizar que temos diversos tipos de liderança e que a ideia central desse artigo não é falar qual é o “estilo” certo ou o errado, até porque, acho que isso não existe. A minha proposta é que você entenda que enquanto gestor pode e deve dialogar frequentemente com a sua equipe e com toda a rede de serviços. E é esse diálogo aberto e franco que possibilitará a obtenção de bons resultados, contribuindo, assim, para o bem estar e a emancipação dos usuários.
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